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Universidades, Indústria 4.0 e Sustentabilidade.

                 Dalmo Mandelli.
                 Assessor de Relações Internacionais, Universidade Federal
                 do ABC (UFABC).

                 Wagner A. Carvalho.
                 Vice-Reitor, Universidade Federal do ABC (UFABC).

                 Estamos em meio à quarta revolução industrial. Na primeira
                 o mundo passou de sociedades rurais para centros urbanos
                 industriais; na segunda foi introduzida a produção em massa;
                 e na terceira ocorreu a revolução digital. A quarta está mudan-
                 do a maneira como integramos a tecnologia em nossas vidas,
                 graças a avanços em áreas como inteligência artificial (IA),
                 nanotecnologia e robótica. Mas o que isso significa para os
                 trabalhadores? Os mercados de trabalho estão sob pressão.
                 O progresso tecnológico e a crescente integração entre eco-
                 nomias globais fortalecem e expandem a atuação de muitos
                 profissionais altamente habilitados, mas é um desafio para
                 tantos outros desatualizados, com poucas habilidades ou em
                 segmentos de emprego em declínio.
                 	 A formação continuada será uma característica essen-
                 cial do novo cenário de empregos, no qual muitas atividades
                 serão automatizadas. Tem-se ainda uma perspectiva de au-
                 mento de expectativa de vida, que deve mudar o panorama
                 do mercado de trabalho. No século XIX, os indivíduos co-
                 meçavam a trabalhar, tipicamente no campo, ainda crianças
                 e morriam, em média, aos 40 anos, ainda trabalhando, ou
                 seja, trabalhavam cerca de 80% do seu tempo de vida. Com
                 um aumento de tempo de vida para 100 anos e as regras
                 previdenciárias, o trabalho deverá corresponder a cerca de
                 25% do tempo de vida de um indivíduo (Pochmann, 2007).
                 Somada à longevidade, as mudanças tecnológicas ocorrerão
                 de forma ainda mais rápida, reforçando ainda mais a questão
                 da formação continuada.
                 	 Oportunidades de qualificação devem ser oferecidas
                 em toda a economia, o que demanda sinergia entre as in-

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